quinta-feira, 10 de setembro de 2015


A ARTE DA CONVIVÊNCIA

Por: Ríldson Gusmão

Certa vez um poeta disse: mais fácil lidar com animais do que com gente. Entretanto, me pergunto até hoje: e também não somos animais? de fato somos, porém o que nos diferencia dos demais é o fato de sermos racionais. 

O que faz acender a luz de alerta é que por vezes somos mais irracionais que os animais, que mesmo com todas as diferenças, convivem bem em seu habitat.

Então continuei a pensar com meus botões para tentar entender o quão difícil é esta arte, já que somos obrigados, querendo ou não, a conviver com o próximo, ou então o conceito de sociedade cairia por terra e nossa raça já teria sido extinta milhares de anos atrás. 

Garanto uma coisa: não é fácil. Chego quase a ter certeza que ninguém, mas ninguém mesmo domina esta arte por completo. Me atrevo a dizer que poucos dominam substancialmente e sua grande maioria apenas tolera, pois de certa forma, os grupos sociais vão desde o primeiro, o familiar, até os que escolhemos, como o do trabalho. 

E nas esquinas da vida, já ouvi muito o dito: cada cabeça um mundo. Então, como conviver num mundo com tantos mundos distintos? Talvez uma das respostas seja a tolerância. Mas quem tolera, tolera até que ponto? não será infinita sua tolerância quando a discordância existir no mundo fático.
Quem sabe então seja a paciência. É, a paciência é uma boa resposta para convivência em sociedade e principalmente para que as relações, seja ela matrimonial, fraterna ou de amizade perdure por longos anos. Mas então a paciência é infinita? pois é, também não. Sendo assim, esse "não" pode por em risco a relação de convivência. 

O que nos resta, para que esta arte da convivência seja então posta em prática, é o amor.

Só o amor pode tolerar, mesmo sabendo da discordância, ou até que você esteja certo, mesmo assim, você abre mão, deixa passar, fica quieto.

Só o amor pode ter paciência, mesmo quando você parece já está no limite, onde a única vontade é mandar o outro para aquele lugar, ainda assim, você tem a paciência de esperar, de calar, de uma outra forma tentar mostrar o outro lado da moeda. 

E que amor é esse? é o amor próprio, que busca sempre pela paz e pela boa convivência. É o amor ao próximo, que você conhece e confia. É o amor que já está impregnado na alma, assim como um perfume francês fica na roupa. Só com muito amor as relações de convivências de trabalho, fraternais e de amizades podem perdurar e vencer a barreira do tempo. 

E se um dia nem isso for capaz de nutrir a boa relação de convivência, talvez o amor tenha acabado. Se isso acontecer, o melhor é por fim e ir amar o próximo. 


















domingo, 6 de setembro de 2015


Requisitos para ser Super-Herói no Brasil

Por: Ríldson Gusmão

Ouso-me mais uma vez em penetrar no rico mundo das palavras para escrever esta pequena crônica. 

É claro e evidente que o assunto do tema citado acima foi de grande repercussão na mídia brasileira, seja ela impressa, televisiva ou digital mesmo. Só que não. O herói da semana não preenche os requisitos impostos naturalmente por nossa sociedade tupiniquim. 

O fato ocorreu na Praça da Sé, no marco zero de São Paulo. Um assaltante abordou e fez refém, com uma arma, uma jovem de apenas 25 anos. Surge então um morador de rua - leia-se um anônimo, alguém que não tem nome, vida ou serventia para nossa cruel sociedade - que interfere no desfecho já previsível como mais uma trágica ação da polícia brasileira. Então, essa intervenção e mudança no enredo do fato ocorrido no final da tarde sugere um novo herói. Pena que para ser herói no Brasil, não é tão simples assim. Vamos então para as premissas. 

Sim, no Brasil vale uma análise prévia no currículo. Portanto, o anônimo morador de rua, que não é anônimo, pois tem nome: Francisco Erasmo Rodrigues de Lima, 61 anos, morar de rua, pai de quatro filhos e tem história de vida, NÃO É UM SUPER-HERÓI.

O Sr. Francisco podia ser herói, mas não era cantor sertanejo, com uns dois ou três anos de carreira, isso mesmo, não precisa ser muito, três anos já basta para ser herói nacional.

O Sr. Francisco podia ser herói, mas já que não era cantor sertanejo, podia ser cantor de rock, com um skate embaixo do braço e porque não, cheirar um pó de vez em sempre.

O Sr. Francisco podia ser herói, mas não tinha um corpo e um rostinho bonito para fazer parte de um Reality Show.

O Sr. Francisco podia ser herói, mas não cantava funk ostentação, com letras depravadas e que denigrem a imagem da mulher, por exemplo. 

O Sr. Francisco podia ser herói, mas como, não tinha casa, profissão, morava na rua, não era um "cidadão" que a sociedade imagina como correta.

O Sr. Francisco podia ser herói, mas nunca apareceu na tv, rádio, nunca fez um vídeo viral com milhões de visualizações, nunca participou de programas sensacionalistas, nada.

É Sr. Francisco, eu até pensei em mudar a foto do perfil do facebook, e por uma preta, e escrever: #Luto, mas infelizmente, na nossa sociedade brasileira, o Sr. NÃO É UM SUPER-HERÓI. 

Espero que, como pessoa comum, o Sr. Descanse em paz e que Deus conforte o coração de seus filhos, sua única FAMÍLIA.

sem mais. 















   

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Barreiras do amor

Por: Rildson Gusmão.

Uma palavra forte com um único significado. Por vezes, com vários, por que não? O amor que já foi vivido, já foi sentido, imaginado. O amor que já foi cantado, foi parafraseado, poetizado. O amor que aproxima, que distancia, que atrai e que repele. Ahh o amor, que causa risos involuntários, arrepios na alma, que faz sentir saudades de quem está perto ou aproxima quem está longe. Como é infinito esse sentimento que pode ser efêmero.

Como não falar da pluralidade do amor, ou melhor, dos amores. O amor fraterno, involuntário, o amor verdadeiro, com compaixão. O amor deve ser escrito, falado, sentido, mas só será completo quando for vivido. O amor não causa dor, a falta dele sim. A falta de coragem de expressar o que se sente por medo, por vergonha, timidez, por um motivo qualquer. O coração padece aquilo que o cérebro processa. 

A dor do amor que sempre se revela e se faz presente. É como se não pudessem viver separadas, o amor e a dor. Uma não vive sem a outra. A nossa luta é para que sempre o amor prevaleça. Mas como não sentir dor, dor de amor, quando o que queremos está tão perto, por vezes ao lado, e ainda assim não se revela, quando se ama sozinho. Quantos amores estão aí, perdidos, presos, ou solto no ar, apesar de ter um só dono. Como se faz para revelar, compartilhar, dividir aquilo que se pode multiplicar. Há amores singulares e que por motivos alheios nunca serão divididos. Será esse amor incompleto? Não há resposta para o amor e suas milhares de formas e vertentes. 

O amor tem gosto, tem cheiro, tem sabor. Tem vertentes que são particulares, que só quem ama pode sentir. O amor tem cor, tem detalhe, tem formas que para tantos são imperceptíveis, mas para quem sente é o mais perfeito de todos. 

Que bom seria se não existisse barreiras, que fosse incolor, assim como a água, mas jamais invisível. Que bom seria se todos pudessem ver, sentir e viver cada um deles sem se preocupar com nada. Que bom seria se todos fossem correspondidos e assim alcançasse seu ápice, seu apogeu. Que bom seria...

Enquanto isso seguimos com nossos amores, sejam eles correspondidos ou não, vividos ou não, divididos ou não, ou mesmo no momento de dor, mas na certeza que vale muito senti-lo, por um instante ou por uma vida inteira, nos fazendo rir e sentir-se bem. 

Em suma, fale, mesmo que ninguém ouça: EU TE AMO. 





sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Medidas Sociais


Com base na historicidade do crime organizado no Brasil, podemos tirar algumas conclusões na formação ou associação dessas organizações criminosas que atua e leva medo para a população de forma geral.

Comando Vermelho, Terceiro Comando, PCC e outros, só cresceram e se organizaram porque as cabeças pensantes acharam um terreno fértil para implementar suas ideias, visando sempre o lucro e o poder, nas áreas onde o Estado não chega. Suas atividades prosperaram e tiveram um rápido crescimento, graças as adesões daqueles que, por inexistência da atuação do Estado em diversos aspectos, como educação, cultura, lazer, viram a oportunidade de barganhar riqueza, de forma rápida, mesmo que ilícita e perigosa. O risco valia a pena para quem não tinha opção.

Sendo assim, com a perda parcial do controle, por parte do Estado, para estas organizações, com diversos fins, medidas tiveram que ser tomadas para manter o controle social, seja de uma comunidade, região ou país.

Novas leis, ou leis mais severas. Atuação maior das polícias dentro dessas comunidades, onde o índice de criminalidade é muito alto, tem sido algumas das ações do Estado, na difícil tarefa contra o crime, seja ele organizado ou não.

Porém, defendo e bato muito na tecla do problema social, como agravante e que leva a criação e surgimento das organizações criminosas, bandos, quadrilhas, etc.

Portanto, não basta, a exemplo das UPP’s nas comunidades cariocas, sua intervenção e dominação daquele território dominado pelo tráfico. É sabido de todos que lugares em que o Estado não atua, muitas famílias, para não dizer a maioria, dependem de forma direta ou indireta, do dinheiro que circula na comunidade, mesmo que ele seja ilícito. Assim sendo, a dominação da área pela polícia, consequentemente leva também um problema social para aquelas pessoas daquela região ou comunidade específica.

A atuação policial de domínio territorial, com a implantação, a exemplo das UPP’s nas comunidades cariocas, só terá um efeito positivo e concreto, mesmo que a longo prazo, se o Estado atuar naquela região como um todo, não só com a força policial, mas social e que seja atuante nos campos da educação, saúde, lazer, etc.

Em suma, a implementação de medidas sociais, talvez só dê resultados a longo prazo, porem não podemos passar a vida toda tentando remediar ou com medidas pontuais, pois resolve apenas momentaneamente o problema. 

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Comércio versus Medicina


Enquanto a classe médica está preocupada com os altos índices de pessoas que se automedicam, mostrado através de pesquisas, o outro lado da ponta, busca alavancar suas vendas agregando valores e produtos. A indústria farmacêutica e as drogarias em geral, assim como todo comércio, visam principalmente o lucro.

É fato público e notório que cada país tem sua cultura e seus hábitos em relação a tudo. A forma de adquirir remédios e drogas para curar nossos males não é tão diferente da americana, da qual herdamos e copiados infinitas vezes até criar nosso próprio jeito.

Será que algum brasileiro ficaria surpreso de entrar numa farmácia americana para comer? Comprar maquiagem? Produtos de limpeza ou até ração para cachorro? Talvez não. O mundo farmacêutico brasileiro se transformou e se moldou ao longo dos anos que se tornou prática entrar numa farmácia com uma cesta, idêntica a de supermercado, e sair de prateleira em prateleira enchendo de remédios e produtos diversos de forma simples e natural. O fato é que para alguns remédios e medicamentos de uso prolongado, esse fator pode ser mais prejudicial do que possamos imaginar.

A preocupação da classe médica não é atoa e tem suas razões comprovadas. O uso indiscriminado de medicamentos pode inclusive levar a morte.

Para tanto, vale ressaltar que muito já foi feito e essa realidade vem mudando gradativamente. Leis foram criadas e hoje não podemos simplesmente pegar na prateleira o que nossa consciência manda. 

Medicamentos de tarja vermelha ou preta, só são vendidos mediante receita médica.
Estamos seguindo no caminho certo e aos poucos estamos mudando novamente nossos costumes, para nosso próprio bem. Mudar um hábito é difícil e requer tempo. Entretanto, vem sendo feito de bom grado e com o aval da maioria, que entendeu de fato que a automedicação é prejudicial a saúde e pode causar efeitos colaterais irreversíveis.


Em suma, não precisamos ser o extremo, como os americanos, mas também não podemos ser extremistas, como alguns médicos defendem. Afinal, nosso sistema de saúde, que já é bem precário e deficiente, não suportaria tantas consultas a cada vez que uma pessoa tivesse uma simples dor de cabeça, e tivesse que consultar um médico para poder comprar um paracetamol.     

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Vamos chiar ?

Algumas mazelas infelizmente ao invés de se dizimar da sociedade, procriam na mesma velocidade que as informações se propagam nas redes sociais.

Comecei a observar o que chamo de chiado. Isso mesmo, ato ou efeito de chiar, reclamar, indignar, que muitas e, por que não, a maioria das pessoas tem. Como se multiplicou com a ascensão das redes sociais. Não precisa ir longe, aliás, não precisa nem se mover. Use um tablet, notebook ou ainda melhor, seu smartphone para observar o que estou falando. Basta passar o mouse na barra de rolagem que dentro de segundos encontrará alguém publicando no próprio mural, de forma às vezes bem fervorosa, algum problema encontrado, seja no seu bairro, cidade ou país.

Os problemas são diversos, afinal, nosso país está longe, muito longe, de ser um país de primeiro mundo. Seja na área de educação, com escolas mal conservadas, na saúde com a super lotação de hospitais, etc. Como não chiar com a corrupção que assola nossa sociedade e como uma metástase parece que não tem mais cura. O desrespeito as leis de trânsito que são alvo recorrente das chiadeiras nas timelines da vida. O fato é que não dá pra listar os infinitos tipos de chiados encontrados nas diversas redes sociais.

Sendo assim, como vivemos num país democrático de direito, livre e com um bem muito precioso, que devemos cuidar para tê-lo sempre, a chamada liberdade de expressão, é livre o chiado e as centenas de milhares de reclamações vista. Tem até seu lado positivo, pois mostra a indignação de cada um com um fato concreto, ou de forma macro mesmo, com problemas maiores e crônicos da sociedade.

Entretanto, o que não quer calar e que me deixa intrigado é: de quem você está reclamando? e continuando: pra quem você está reclamando? pra mim? autoridades?

As autoridades e o setor público do nosso país tem sua parcela de responsabilidade. Não devemos tirar deles o dever e a responsabilidade que lhes foi dada. Porém, nós que somos parte integrante da sociedade, devemos no mínimo, fazer a nossa parte.

Quando vejo o alto número de acidentes de trânsito, me pergunto: estamos fazendo nossa parte? Será que você respeita as placas de trânsito, para na faixa para o pedestre passar, respeita a fila de engarrafamento, os limites de velocidade, etc.. Será que você está fazendo sua parte, ou apenas reclamando dos outros?
Quando vejo a corrupção por parte de alguns políticos, será que estamos votando certo, escolhendo bem nossos candidatos?

Portanto, antes de ir numa rede social chiar e desabafar, faça uma auto-análise da situação encontrada, do caso concreto, e veja o que você, como parte integrante da sociedade, pode fazer para mudar aquela situação.

Criamos o péssimo hábito de achar culpados. Para toda e qualquer situação, existe um culpado, seja A, B ou o Governo, tem um culpado para cada fato. Ainda há tempo. Podemos mudar esse mal hábito e, ao invés de achar um culpado, encontrar uma solução. Temos que lembrar que o bem que fizermos, fará bem para todos da sociedade também.

Em suma, vamos olhar e analisar os fatos sob outro prisma. Toda mudança, para acontecer de verdade, tem que começar por nós. Cada um mudando, a sociedade mudará como um todo.


Vamos chiar ?
Quem sou eu

Por: Rildson Gusmão.

Quando nos questionamos e fazemos a seguinte indagação: Quem sou eu? A resposta sempre é focada nas nossas qualidades, sejam elas relevantes ou não. Poucos citam seus defeitos. Porém, desta vez gostaria de fazer diferente e homenagear a minha região favorita: O nordeste do Brasil.
Portanto, quem sou eu?

Eu sou Rildson Gusmão, sou pernambucano, sou alagoano, e agora também paraibano, sou nordestino, eu sou Maceió, João Pessoa, eu sou Recife...
Eu sou branco, pardo, negro, eu sou índio, sou descendente, sou nascido aqui, sou brasileiro...

Eu sou folclore, sou cultura, sou raiz, sou maracatu, samba de preto velho, sou frevo, ciranda, eu sou coco de roda, pastoril, reisado, eu sou guerreiro...

Também sou literatura, sou Arriano Suassuna, eu sou José Lins do Rêgo, sou Graciliano Ramos, Gonçalves Dias, José de Alencar, eu sou Jorge amado...

Eu também sou português, sou Buarque de Gusmão, de Hollanda ou de Macedo, sou Aurélio, sou dicionário, eu sou o mais lido no país, também sou professor, sou Anísio Teixeira, eu sou Paulo Freire...

Eu sou esporte, sou futebol, sou atleta, sou Hulk, sou Bruno Lins, sou Popó, Caio Márcio, eu sou Mário Jorge Lôbo Zagallo...

Eu sou barriga cheia, barriga seca, sou acarajé, vatapá, sou baião de dois, sou carne seca, sou tapioca, macaxeira, eu sou tempero nordestino...

Eu também sou música, sou axé, forró, frevo, sou brega, eu sou Djavan, sou Lenine, Reginaldo Rossi, eu sou Alceu Valença, sou Chico Cézar ou Science...

Eu sou nordeste, sou interior, sou vida mansa, mas também sou o sol, o mar, sou litoral, o verde-loiro, também sou vermelho, sou queimado do sol, sou do sertão, sou vida...

Eu sou humilde, sou honesto, sou inquieto, também sou questionador, sou ônibus lotado, suor, trabalho duro, batalhador, estudante, eu sou do mundo...

Eu não sou apenas beleza, coisa boa, praia, turismo, eu sou chão rachado, sou fome, sou seca, eu sou o deserto brasileiro, sou esquecido, sou roubado, eu sou esperança a cada nascer de sol...

Eu sou fé, crença, sou religião, sou Frei Damião, sou “Padim Padi Ciço”, sou pau de arara, sou oxalá, exu, eu sou candomblé...

Eu sou acolhedor, receptor de turista, eu sou o nordeste...


Eu sou feliz.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O roteiro da vida

Por: Rildson Gusmão.

No mar estava escrito uma cidade. Não sei por que, mas desde a primeira vez que fui ao Rio de Janeiro, nunca mais esqueci esta frase do nosso mineiro Carlos Drummond de Andrade, no calçadão de Copacabana.

Talvez depois disso, comecei a acreditar que todos nós estamos nessa vida, não apenas de passagem, mas com um roteiro definido e um caminho certo a percorrer. Mas, porque tentamos a todo custo mudar isso? Será a vontade impiedosa de fazer diferente, de chamar mais atenção? Até que ponto o diferente é certo ou errado?

Passamos por fases, momentos, estilos e modos de vida bem diferentes uns dos outros, mas certas verdades se aplicam a todos sem distinção de cor, credo ou raça e ainda mais, condição social.

Creio que o ser humano seja movido a desafios. Destarte, este seria um dos motivos de querer percorrer o caminho mais longo – estudos, trabalho – o mais árduo, pois como o que vem fácil vai fácil também, o caminho mais difícil se torna mais atraente, chamativo e desafiador, sendo no final a sensação de dever cumprido muito mais interessante.

O professor Píer é perfeito em sua palestra, mostra através de dados e estatísticas, que tudo o que ele fala é a mais pura verdade, mostra através de sua experiência de vida o melhor caminho a percorrer para se chegar ao tão sonhado sucesso.

E novamente vem a indagação. Porque a maioria prefere ser aluno a ser estudante? Por que prefere estudar coletivamente a ser autodidata?

Ao mesmo tempo, o desafio do novo faz colocarmos o pé no freio, travar mesmo, sem ao menos saber se o novo é bom ou ruim. O medo de se mostrar, de dar a cara para bater, faz com que a maioria prefira sempre ser platéia e não palco, prefira estar sempre ouvindo, do que lá na frente falando para todos, pensando. Portanto, mesmo sabendo da verdade, mesmo sabendo que tem que estudar e não apenas assistir aulas, que não basta ler, tem que escrever também, a maioria prefira sempre ser coadjuvante a ser protagonista.


E assim é a vida, com ou sem roteiro, com ou sem desafios, hora fazemos tudo o que os outros fazem, chegando obviamente ao mesmos resultados, hora fazemos diferente, para conseguir resultados mais animadores. Claro que muitos ficam pelo caminho, pelo medo do desafio, mas quem segue sempre em frente e nunca desiste, um dia será recompensado.


terça-feira, 27 de janeiro de 2015




Ler é Vital


Ao longo dos tempos, nossa história vem sendo escrita e contada de várias formas, dependendo da época. Os papiros e pergaminhos servem como prova dos fatos históricos que nos fazem entender a evolução da humanidade.

As perdas nesse caminho – como o incêndio a biblioteca de Alexandria, fizeram com que tomássemos mais cuidado com a forma de armazenar essas informações para serem contadas e recontadas ao longo das gerações. Temos até hoje, grandes bibliotecas no mundo inteiro que contém informações raras que não serão encontradas em nenhum outro lugar.

A relação de poder interfere diretamente com o saber da população, fato este que se perpetua por questão de interesse de quem está no comando. É conveniente para quem tem o poder nas mãos e, pretende continuar com ele, que a grande maioria da população permaneça fora desse mundo de conhecimento e sabedoria e continue seguindo a risca tudo aquilo que lhe é imposto.

Quem não lê, não tem o saber nas mãos e nem o conhecimento, não é de todo infeliz. 

Quem não lê, permanece naquele mundinho simples e sem sonhos, mas que por tal fato, está conformado com a forma que vive. Quem não lê, não tem ideia de mundo, de passado e de futuro, não tem noção do que aconteceu ou possa vir a acontecer. Portanto, vive feliz assim mesmo. Entretanto, esse é o maior mal que podemos fazer ao ser humano, não permitindo o acesso a leitura e consequentemente ao saber e ao conhecimento.

Sendo assim, quem lê se liberta, viaja, percorre caminhos que jamais imaginaram existir. A leitura é a forma mais básica para se chegar ao conhecimento. A leitura nos leva a pensar, nos tira do lugar e nos faz tomar decisões sobre problemas que antes não eram vistos por falta do saber. Ler é sonhar, é viver um mundo novo, um mundo que queremos e idealizamos através do conhecimento adquirido com a leitura.

As facilidades do mundo tecnológico que vivemos hoje, podem, se usadas de forma correta, serem somadas a nosso favor na busca do conhecimento. A leitura pode ser feita através de um computador, tablet ou até mesmo smartphone, que nos acompanha em qualquer lugar. Não temos mais desculpas para não ler. O acesso a leitura está mais fácil e em todo lugar.

Em suma, não há outro caminho senão através dos estudos, do saber, e este caminho só poderá ser percorrido através da leitura. Ler é vital.