A ARTE DA CONVIVÊNCIA
Por: Ríldson Gusmão
Certa vez um poeta disse: mais fácil lidar com animais do que com gente. Entretanto, me pergunto até hoje: e também não somos animais? de fato somos, porém o que nos diferencia dos demais é o fato de sermos racionais.
O que faz acender a luz de alerta é que por vezes somos mais irracionais que os animais, que mesmo com todas as diferenças, convivem bem em seu habitat.
Então continuei a pensar com meus botões para tentar entender o quão difícil é esta arte, já que somos obrigados, querendo ou não, a conviver com o próximo, ou então o conceito de sociedade cairia por terra e nossa raça já teria sido extinta milhares de anos atrás.
Garanto uma coisa: não é fácil. Chego quase a ter certeza que ninguém, mas ninguém mesmo domina esta arte por completo. Me atrevo a dizer que poucos dominam substancialmente e sua grande maioria apenas tolera, pois de certa forma, os grupos sociais vão desde o primeiro, o familiar, até os que escolhemos, como o do trabalho.
E nas esquinas da vida, já ouvi muito o dito: cada cabeça um mundo. Então, como conviver num mundo com tantos mundos distintos? Talvez uma das respostas seja a tolerância. Mas quem tolera, tolera até que ponto? não será infinita sua tolerância quando a discordância existir no mundo fático.
Quem sabe então seja a paciência. É, a paciência é uma boa resposta para convivência em sociedade e principalmente para que as relações, seja ela matrimonial, fraterna ou de amizade perdure por longos anos. Mas então a paciência é infinita? pois é, também não. Sendo assim, esse "não" pode por em risco a relação de convivência.
O que nos resta, para que esta arte da convivência seja então posta em prática, é o amor.
Só o amor pode tolerar, mesmo sabendo da discordância, ou até que você esteja certo, mesmo assim, você abre mão, deixa passar, fica quieto.
Só o amor pode ter paciência, mesmo quando você parece já está no limite, onde a única vontade é mandar o outro para aquele lugar, ainda assim, você tem a paciência de esperar, de calar, de uma outra forma tentar mostrar o outro lado da moeda.
E que amor é esse? é o amor próprio, que busca sempre pela paz e pela boa convivência. É o amor ao próximo, que você conhece e confia. É o amor que já está impregnado na alma, assim como um perfume francês fica na roupa. Só com muito amor as relações de convivências de trabalho, fraternais e de amizades podem perdurar e vencer a barreira do tempo.
E se um dia nem isso for capaz de nutrir a boa relação de convivência, talvez o amor tenha acabado. Se isso acontecer, o melhor é por fim e ir amar o próximo.