sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Medidas Sociais


Com base na historicidade do crime organizado no Brasil, podemos tirar algumas conclusões na formação ou associação dessas organizações criminosas que atua e leva medo para a população de forma geral.

Comando Vermelho, Terceiro Comando, PCC e outros, só cresceram e se organizaram porque as cabeças pensantes acharam um terreno fértil para implementar suas ideias, visando sempre o lucro e o poder, nas áreas onde o Estado não chega. Suas atividades prosperaram e tiveram um rápido crescimento, graças as adesões daqueles que, por inexistência da atuação do Estado em diversos aspectos, como educação, cultura, lazer, viram a oportunidade de barganhar riqueza, de forma rápida, mesmo que ilícita e perigosa. O risco valia a pena para quem não tinha opção.

Sendo assim, com a perda parcial do controle, por parte do Estado, para estas organizações, com diversos fins, medidas tiveram que ser tomadas para manter o controle social, seja de uma comunidade, região ou país.

Novas leis, ou leis mais severas. Atuação maior das polícias dentro dessas comunidades, onde o índice de criminalidade é muito alto, tem sido algumas das ações do Estado, na difícil tarefa contra o crime, seja ele organizado ou não.

Porém, defendo e bato muito na tecla do problema social, como agravante e que leva a criação e surgimento das organizações criminosas, bandos, quadrilhas, etc.

Portanto, não basta, a exemplo das UPP’s nas comunidades cariocas, sua intervenção e dominação daquele território dominado pelo tráfico. É sabido de todos que lugares em que o Estado não atua, muitas famílias, para não dizer a maioria, dependem de forma direta ou indireta, do dinheiro que circula na comunidade, mesmo que ele seja ilícito. Assim sendo, a dominação da área pela polícia, consequentemente leva também um problema social para aquelas pessoas daquela região ou comunidade específica.

A atuação policial de domínio territorial, com a implantação, a exemplo das UPP’s nas comunidades cariocas, só terá um efeito positivo e concreto, mesmo que a longo prazo, se o Estado atuar naquela região como um todo, não só com a força policial, mas social e que seja atuante nos campos da educação, saúde, lazer, etc.

Em suma, a implementação de medidas sociais, talvez só dê resultados a longo prazo, porem não podemos passar a vida toda tentando remediar ou com medidas pontuais, pois resolve apenas momentaneamente o problema. 

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Comércio versus Medicina


Enquanto a classe médica está preocupada com os altos índices de pessoas que se automedicam, mostrado através de pesquisas, o outro lado da ponta, busca alavancar suas vendas agregando valores e produtos. A indústria farmacêutica e as drogarias em geral, assim como todo comércio, visam principalmente o lucro.

É fato público e notório que cada país tem sua cultura e seus hábitos em relação a tudo. A forma de adquirir remédios e drogas para curar nossos males não é tão diferente da americana, da qual herdamos e copiados infinitas vezes até criar nosso próprio jeito.

Será que algum brasileiro ficaria surpreso de entrar numa farmácia americana para comer? Comprar maquiagem? Produtos de limpeza ou até ração para cachorro? Talvez não. O mundo farmacêutico brasileiro se transformou e se moldou ao longo dos anos que se tornou prática entrar numa farmácia com uma cesta, idêntica a de supermercado, e sair de prateleira em prateleira enchendo de remédios e produtos diversos de forma simples e natural. O fato é que para alguns remédios e medicamentos de uso prolongado, esse fator pode ser mais prejudicial do que possamos imaginar.

A preocupação da classe médica não é atoa e tem suas razões comprovadas. O uso indiscriminado de medicamentos pode inclusive levar a morte.

Para tanto, vale ressaltar que muito já foi feito e essa realidade vem mudando gradativamente. Leis foram criadas e hoje não podemos simplesmente pegar na prateleira o que nossa consciência manda. 

Medicamentos de tarja vermelha ou preta, só são vendidos mediante receita médica.
Estamos seguindo no caminho certo e aos poucos estamos mudando novamente nossos costumes, para nosso próprio bem. Mudar um hábito é difícil e requer tempo. Entretanto, vem sendo feito de bom grado e com o aval da maioria, que entendeu de fato que a automedicação é prejudicial a saúde e pode causar efeitos colaterais irreversíveis.


Em suma, não precisamos ser o extremo, como os americanos, mas também não podemos ser extremistas, como alguns médicos defendem. Afinal, nosso sistema de saúde, que já é bem precário e deficiente, não suportaria tantas consultas a cada vez que uma pessoa tivesse uma simples dor de cabeça, e tivesse que consultar um médico para poder comprar um paracetamol.